A prática de tingimento de tecidos e acabamento é um dos mais poluentes do mundo contribuindo com 17 a 20% da poluição industrial de hoje, lançando cerca de 72 produtos químicos tóxicos no abastecimento de água, 30 dos quais são permanentes. Em particular, o consumo de água e poluição da água são problemas cuja solução é urgentemente necessária ainda mais nessa época de falta de chuvas em que o Brasil vive.

A fim de mitigar os efeitos ambientais nocivos da produção têxtil, uma empresa com sede na Califórnia chamada Colorep providenciou uma alternativa inovadora que irá praticamente eliminar o uso de água de coloração têxtil. Conhecido como Imbu (ex-Airdye), esta tecnologia utiliza ar para tingir tecido, o que diminui o consumo de água em 95% e elimina o uso de produtos químicos tóxicos nos banhos de tingimento.

Além de reduzir a poluição da água, a tecnologia é capaz de penetrar no tecido e, subsequentemente, tingir os filamentos dentro do tecido diferente da prática tradicional de tingimento sobre a superfície dos tecidos. A Colorep conclui que seu corante não é posto somente sobre a fibra do tecido como é o caso da sublimação tradicional, assim os agentes de branqueamento e de limpeza não podem desbotá-lo, por isso as cores parecem mais vivas e duram muito mais tempo do que a sublimação tradicional.

Com um tipo especial de coloração, em que o corante é transferido do papel com o auxílio de calor para o tecido, o tingimento utiliza 95% menos água e 85% menos energia do que os métodos convencionais de tingimento.

Em seguida, o papel e o resíduo restante são reciclados. A técnica não tem grandes restrições no que diz respeito a materiais diferentes, eles podem ser aplicados ao poliéster, bem como sobre chiffons e oferece uma variedade de efeitos. Além disso, o material pode estampar o tecido dos dois lados ou seja você pode escolher duas cores diferentes para estampar ou uma cor mais uma estampa ou mesmo duas estampas diferentes.

Os têxteis sintéticos compõem dois terços das fibra consumidas em todo o mundo. Muitos consumidores eco-conscientes foram treinados para evitar tecidos sintéticos, que são muitas vezes feitos de materiais derivados do petróleo. No entanto, quando o ciclo de vida completo de uma peça de vestuário é levada em conta, os sintéticos podem realmente ser o melhor caminho a percorrer pois eles geralmente precisam de menos lavagem, amarrotam menos e também podem ser tingidos usando muito menos água do que a fibra natural.

Com o tingimento da Imbu nenhum resíduo perigoso é emitido e não há água poluída ou desperdiçada. Com a redução de 85% de energia para a produção de uma peça de roupa, o processo também permite redução de custos. Não é ótimo?

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Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

1 Comentário

  1. Só imprime em tecido sintético?
    O problema dos tecidos sintéticos é que o processo de fabricação deles é muito poluente. Só a durabilidade não o qualifica como uma solução sustentável. Os produtos químicos usados em roupas sintéticas têm sido associados a problemas de saúde, incluindo câncer, leucemia e outras doenças degenerativas, danos ao sistema imunológico, problemas de comportamento e perturbação hormonal. Por isso recomenda-se evitar o uso de fibras sintéticas como: Acrílico, Poliéster, Rayon, Acetato, Triacetato e Nylon. Nesse caso, a saúde das pessoas está sendo esquecida pela Colorep. Nós fazemos parte do meio-ambiente, por isso, o nosso bem estar é muito importante.

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