Enquanto várias empresas produzem seda artificial como alternativa barata a seda produzida pelos bichos da seda, pesquisadores do MIT descobriram que podem fazer um material chamado fibra de seda regenerada (RSF), que é duas vezes mais rígida do que sua contraparte natural e pode ser moldada em estruturas complexas, como malhas e redes.

A seda de aranha é um dos materiais mais fortes conhecidos. No entanto, ao contrário dos bichos da seda, as aranhas não podem ser criadas para produzir seda em quantidades úteis. Em vez de criar uma seda artificial, os engenheiros do MIT desenvolveram uma maneira de aproveitar as melhores qualidades da seda natural produzida pelos bichos da seda, tornando-o mais forte.

A equipe dissolveu os casulos de seda para que as fibras se transformassem numa forma intermediária composta de microfibrilas que são semelhantes a um fio e preservam algumas das estruturas hierárquicas importantes que dão força à seda.

As microfibrilas foram então extrudidas através de uma pequena abertura, produzindo uma fibra duas vezes mais rígida que a seda convencional e aproximando-se da rigidez da seda de aranha. A rigidez pode ser controlada pela velocidade da qual o material é extrudido.

Este método também permite moldar o material de novas maneiras, que não podem ser duplicadas pela seda natural. Pode ser formado, por exemplo, em malhas, tubos, bobinas e muitos outros, que podem ser criados usando o material em um tipo de sistema de impressão 3D.

Enquanto o fio de seda e o tecido são caros, esses custos são gerados principalmente pelo trabalho intensivo de desenrolar o fio do casulo e tecê-lo, e não da produção dos bichos da seda e seus casulos, que são bastante baratos. Como a seda é biocompatível com o corpo humano, as fibras de seda regeneradas podem ter vários usos como aplicações médicas, biossensores, biomateriais ou tecidos.

Essas fibras regeneradas também são muito sensíveis a diferentes níveis de umidade e podem ser feitas como condutoras elétricas, adicionando um revestimento fino de outro material, como uma camada de nanotubos de carbono. Isso poderia permitir a sua utilização em uma variedade de dispositivos sensores, onde uma superfície coberta com uma camada ou malha de tais fibras poderia responder à pressão da ponta do dedo ou a mudanças nas condições ambientais.

Fonte: MIT News

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Renato Cunha
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