Especialistas do mundo todos tem questionado o futuro da moda e a influência que as novas tecnologias terão na definição de um cenário futuro. Após a recusa inicial do progresso digital, a indústria da moda tem reconhecido a importância de aceitar novas oportunidades de crescimento que só o progresso tecnológico pode oferecer. A partir desse momento, a tecnologia tornou-se parte integrante da estratégia adotada pela maioria das marcas de moda e não há dúvida de que ela vai desempenhar um papel definitivo no futuro da moda.

Segundo o site Business of Fashion (BoF), um dos instrumentos fundamentais desse crescimento poderia ser a Inteligência Artificial, em particular quando conduzida pelo potencial de informações do Big Data envolvendo os bots (robôs) . Grande parte das marcas de moda têm uma enorme quantidade de dados dos clientes e suas preferências, mas infelizmente, nas conseguem usá-las de forma rentável.

Por exemplo, até agora os proprietários de varejo online e offline ainda tem que confiar em seu gosto pessoal ao escolher os produtos que serão propostos aos seus clientes, sem compreender a grande ajuda que as informações de seu Big Data poderia ajudá-los a fazer essas escolhas. Através dessa tecnologia as empresas de moda podem prever as tendências antes de projetar a coleção. Portanto, um ação inteligente seria utilizar os softwares de inteligência artificial e os dados obtidos a partir das redes sociais e sites de comércio eletrônico.

Os softwares que  analisam os dados poderiam fornecer as marcas de moda uma análise completa das tendências e dar aos clientes a opção de ter uma experiência personalizada nos sites de e-commerce. No futuro os sistemas de inteligência artificial também poderiam ser usados para ajudar os estilistas a serem mais criativos, ajudando-os a desenhar e encontrar inspirações e idéias.

O futuro da moda terá influência da Inteligência artificial e o Big Data stylo urbano
Style BOT, o sistema permite que sites e aplicativos aprendam sobre os comportamentos de seus consumidores.

O “big data” para as marcas de moda

Um sistema de inteligência artificial seria capaz de fazer previsões sobre as novas tendências e as escolhas das pessoas que analisam as vendas de produtos, podendo se tornar uma ferramenta importante para empresas de moda. Hoje os varejistas de vestuário confiam no seu gosto e sua experiência para escolher os produtos para suas lojas e decidir o quanto devem comprar, e depois oferecê-los aos seus clientes.

Mas eles nem sempre conseguem adivinhar o que vai setornar mais popular. Um programa capaz de estudar os hábitos de consumo dos clientes de uma determinada marca e seus concorrentes poderia ajudar a conceber a oferta e a procura, sugerindo como apresentar as peças da coleção de modo que elas sejam mais atraentes para os clientes.

Os dados fornecidos pelos sites de comércio eletrônico podem indicar, por exemplo, quais são as cores, materiais e estilos favoritos em um determinado país ou em uma determinada cidade, reunindo informações sobre os itens mais comprados. Até mesmo as redes sociais poderiam fornecer dados sobre as tendências. Já existem empresas que oferecem as marcas de moda a oportunidade de estudar os dados sobre os seus concorrentes para ser competitivo.

A startup britânica Edited projetou um software que é capaz de reconhecer e classificar as roupas a partir das imagens das peças mais vendidas em sites online, e obter informações em mais de 30 países e mais de 35 idiomas. O Stylumia é um programa que reúne dados de sites de comércio eletrônico, vídeo e redes sociais para encontrar novas tendências.

A startup gaúcha Hookit desenvolveu um robô (bot), para o mercado de moda, baseada em recursos de websemântica e aprendizado de máquina, que atua como um “personal stylist”. O objetivo do robô é auxiliar e-commerces, aplicativos e portais de moda a interagir com o seu público de forma individual e especializada com o intuito de fomentar as vendas.

Apelidado de Style BOT, o sistema permite que sites e aplicativos aprendam sobre os comportamentos de seus consumidores, interagindo com eles como um consultor de moda e estilo, resolvendo dúvidas e fazendo recomendações de acordo com as preferências de cada um.

Os bots como “compradores pessoais”

Outra ferramenta de inteligência artificial que provavelmente será usado cada vez mais no futuro são os bots (robôs), programas que respondam às perguntas dos usuários e conversam com eles ( ainda com muitas limitações). Através do Messenger, o aplicativo para enviar mensagens no Facebook, você já pode fazer compras online. Já o site de e-commerce Spring lançou um bot que lhe permite ver e escolher as roupas que você gostou diretamente no Messenger.

Thread é um serviço online que dependendo dos gostos, necessidades e características físicas do usuário, propõe comprar roupas online selecionadas entre 200 mil opções, incluindo os produtos da marca Burberry, Jigsaw e Topman. O software leva em conta o clima do lugar onde vive o cliente e quais os produtos que foram comprados por pessoas com hábitos semelhantes. A marca de sportswear The North Face fez uma parceria com a IBM para personalizar o uso de seu site de e-commerce: graças ao sistema de inteligência artificial Watson, os usuários do site são guiados a fazer compras como se estivessem em uma loja física, fornecendo informações sobre sexo, época do ano e necessidades de receber aconselhamento específico para suas necessidades.

Já a startup Stitch Fix uniu conhecimento de humanos e da inteligência artificial para montar o guarda-roupas dos sonhos dos seus clientes. Os serviços da empresa são voltados para pessoas que não gostam de fazer compras ou simplesmente não têm tempo de ir até uma loja física ou ficar navegando por páginas e mais páginas em busca de camisetas, calças, suéteres e jaquetas. Depois que o cliente responde a algumas perguntas sobre seus gostos pessoais, estilistas da Stitch Fix, tanto humanos quanto máquinas, realizam uma seleção de cinco peças de roupas e acessórios que se adequem ao perfil de cada cliente, alinhando budget e lifestyle. Os clientes informavam o que eles queriam e retornavam com o restante.

Há também aplicativos tais como Snap Fashion e ASAP54 que irão reconhecer as roupas vistas na rua ou nas imagens de fotografia, graças a um motor de busca que oferece produtos similares para venda online. No entanto, esses aplicativos ainda estão longe de fornecer informações confiáveis, de acordo com o site Business of Fashion ( BoF ).

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Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

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