Todo ano, milhões de resíduos têxteis são descartados no lixo. E se pudéssemos através do upcycling, reaproveitar toda essa matéria prima para fabricar móveis e objetos sustentáveis? Foi essa a proposta do designer britânico Max Lamb, ao utilizar os resíduos de algodão, jeans e lã para criar 12 bancos, apresentados recentemente na Semana de Design de Milão, e com isso desafiar arquitetos e designers a repensar o uso dos resíduos em seus projetos.

O designer criou as peças em parceria com a gigante têxtil dinamarquesa Kvadrat e a Really, uma startup dinamarquesa que transforma os resíduos têxteis no material “Solid Textile Board”. Max Lamb é conhecido por explorar novos materiais no design, e seus bancos mostram os diferentes potenciais das placas sólidas feitas de resíduos de algodão, jeans e lã, com uma paleta de cores entre branco e marinho.

Só na Dinamarca, 1.000 toneladas de resíduos têxteis são jogados fora a cada ou incinerados a cada ano. É principalmente resíduos de algodão da indústria hospitalar, mas também jeans e lã. Na Kvadrat, o objetivo é reduzir o impacto ambiental em termos de recursos, produção e distribuição, e para equilibrar qualidade, responsabilidade social e preocupação ambiental.

Dessa forma a empresa começou a buscar novas soluções para os resíduos têxteis que simplesmente reciclá-los em novos tecidos. Eles queriam que funcionasse em escala industrial e por isso investiram no projeto “Solid Textile Board” da Really . O processo de fabricação das placas é simples e a tecnologia que emprega não é nova, mas a Really e Kvadrat inventaram  novas maneiras de usá-lo.

A matéria-prima é proveniente de diferentes fontes: o algodão vem de lavanderias industriais dinamarqueses e uma empresa recicladora de tecido italiana, e a lã vem das sobras de produção da Kvadrat. Os tecidos são granulados em fibras mais pequenas e depois prensados juntos usando máquinas a vapor, um processo que liga as fibras curtas, pressionado-as para formar placas dura e planas.

Nenhuma água ou corante é usado no processo e cada placa é produzida num tamanho padrão com um núcleo denso branco, feito de fibras de algodão e camadas superiores que podem ser feitas usando o algodão ou a lã. As placas estão disponíveis em branco, azul ou ardósia, dependendo do material utilizado.

É a primeira vez que essas matérias-primas não colocadas juntas desta forma, e uma característica importante, é que a composição não direcional das fibras torna a placa mais flexível do que outros produtos no mercado.

O designer Max Lamb escolheu o banco como a peça ideal de mobiliário para explorar a versatilidade e potencial do material, pois o banco realmente mostra a placa e sua resistência física. O sistema de fabricação das placas que tem comprimento de 3,1 metros, também permite que quaisquer sobras possam ser recicladas e incorporadas em novas placas. As placas podem ser cortadas usando diferentes técnicas de corte CNC como madeira.

Solid Textile Board : transformando resíduos têxteis em móveis sustentáveis stylo urbano

Artigo anteriorInfusão de grafeno no algodão é o futuro da eletrônica vestível sustentável
Próximo artigoNova camiseta inteligente utiliza eletrônica impressa para monitorar os sinais vitais
Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

1 Comentário

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.