O desperdício acontece ao longo de toda a cadeia de suprimento dos alimentos, desde a fazenda até o processamento, distribuição e varejo. Reconhecendo este crescente problema mundial, a marca francesa de perfumes Etat Libre d’Orange lançou recentemente o I Am Trash, uma declaração perfumada sobre nossa sociedade excessiva e descartável.
A ideia por trás do cheiro não é fazer você cheirar como se tivesse acabado de mergulhar no lixo (o press release o classifica como um floral frutado e amadeirado); em vez disso, seus principais ingredientes são resíduos reciclados da indústria de fragrâncias como pétalas de flores expiradas e lascas de madeira previamente destiladas, bem como frutas descartadas da produção de alimentos. Transformar resíduos de alimentos em cosméticos é uma forma inteligente e sustentável das marcas se diferenciarem no mercado.
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À medida que as marcas de beleza exploram como podem trabalhar com lixo orgânico, no futuro poderemos até mesmo ver empresas de cosméticos fazendo parcerias com fabricantes de alimentos e bebidas para obter ingredientes diretamente. Para uma indústria que é frequentemente culpada pelo seu impacto ambiental, seja em embalagens plásticas ou ingredientes problemáticos como silicones e sulfatos, é revigorante saber que a beleza pode finalmente ser parte de uma economia circular.
À medida que os consumidores se interessem por produtos de beleza mais ecológicos, as empresas estão buscando formas de serem mais sustentáveis no que diz respeito ao desenvolvimento de produtos. A startups de tecnologia Phytonext, com sede na Holanda, foca no desperdício de alimentos e encontra formas inovadoras de prolongar sua vida e tirar mais proveito disso. A empresa trabalha para extrair todos os micronutrientes naturais e altamente valiosos dos resíduos vegetais, que podem então ser formulados para criar qualquer produto.
Muitos desses fitoquímicos têm propriedades funcionais que podem substituir substâncias químicas sintéticas atualmente em uso. Esses fitoquímicos podem, assim, fornecer soluções naturais para as indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica.O que isso significa para a beleza? Simples, essas soluções naturais podem ser adaptadas para uso na indústria cosmética, como a criação de óleos essenciais a partir de casca de limão velho. E não são apenas as empresas de tecnologia que inovam nesse espaço, varejistas e marcas de beleza estão impulsionando a conversa sobre beleza ecológica também.
A linha de produtos de beleza da M & S foi desenvolvida pela Keracol no Reino Unido usando 95% de ingredientes naturais, incluindo sobras de cascas de uva produzidas pela operação de vinhos da Marks & Spencer, tornando a cadeia de fornecimento mais sustentável. Enquanto o projeto APROPOS financiado pela Comissão Europeia, desenvolveu soluções de processamento ecológico a partir do desperdício de alimentos para obter componentes nutritivos e bioativos com valor agregado, adequados para a exploração no cuidado da pele. Todas essas iniciativas vão mostrar que o que estamos colocando no lixo, pode acabar em breve em produtos para a pele, ajudando o planeta e a nós, a ficar melhor por mais tempo.