Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, criaram um novo tecido usando nanopartículas que, segundo eles, poderiam potencialmente substituir os tecidos atuais. Os recursos incluem maior conforto térmico, redução da temperatura do corpo em 4,5 ° C, proteção contra raios UV prejudiciais e melhora na durabilidade da lavagem.

“O crescimento populacional e a melhoria dos padrões de vida exigem soluções para os tecidos com novas funções para atender às novas necessidades”, afirmam os pesquisadores. “Imagine ter roupas que possam nos manter mais frios naqueles dias quentes e sufocantes e têm a capacidade de impedir que a radiação UV danifique nossa pele”.

Os pesquisadores desenvolveram um revestimento à base de nanomateriais para tecido que poderia potencialmente substituir o material de vestuário convencional e facilitar a massificação dos tecidos inteligentes. Baseados no ARC Research Hub for Computational Particle Technology e no Departamento de Engenharia Química da Universidade Monash, a equipe de pesquisa criou filmes finos de nanopartículas usando óxido de tungstênio impregnado com césio (CsxWO3) capaz de proteger de raios infravermelhos.

Quando aplicadas ou integradas às fibras de algodão, as nanopartículas CsxWO3 foram consideradas termicamente eficientes, reduzindo a temperatura corporal em 4,5 ° C, alcançando uma alta faixa de proteção UV e prevenindo doenças dermatológicas prejudiciais, diz Monash. O tecido também foi capaz de manter a qualidade e a durabilidade das cores em vários ciclos de lavagem.

Os pesquisadores dizem que há potencial para que essas nanopartículas sejam usadas em outros tecidos, como cortinas domésticas ou tendas e abrigos ao ar livre, para isolar casas e reduzir a exposição aos raios UV ao ar livre. Os resultados deste estudo foram publicados recentemente nas revistas Applied Surface Science e no International Journal of Chemical Engineering and Applications

“As principais funções dos têxteis tradicionais eram manter o corpo humano quente e seco em climas frios e protegê-lo do calor e do sol em climas quentes”, disse Linghui Peng, uma candidata a PhD e principal autora deste projeto. O crescimento contínuo da população mundial e as melhorias nos padrões de vida exigiram têxteis com novas funções para atender a essas mudanças. Este estudo destaca o grande potencial das nanopartículas de CsxWO3 na redução da transferência térmica do item de vestuário para a pele, enquanto maximiza o conforto em dias quentes”.

Os pesquisadores analisaram as características da cor, a capacidade de proteção dos raios infravermelhos próximos e a temperatura da superfície sob radiação solar dos tecidos de algodão revestidos. Além disso, a solidez da cor à lavagem foi empregada para avaliar a resistência adesiva das nanopartículas CsxWO3 no tecido de algodão. As nanopartículas não influenciaram negativamente a cor ou a longevidade do tecido de algodão.

“Nossa pesquisa fornece uma etapa extremamente promissora para a criação de têxteis repelentes aos raios UV, acessíveis e duradouros, capazes de suportar algumas das condições climáticas mais adversas e proteger o corpo dos raios causadores de câncer”, disse Peng. A equipe de pesquisa realizará novos estudos usando nanopartículas CsxWO3 este ano para avançar ainda mais no desenvolvimento de novos tecidos de roupas protetoras.

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Renato Cunha
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