A Dra. Casey Kerrigan passou passou décadas estudando a biomecânica do pé e da perna humanos enquanto caminhamos, corremos, pulamos ou simplesmente ficamos em pé, usando essa pesquisa para dissipar velhos mitos sobre como o corpo funciona e como nossos sapatos devem ser construídos.

Mas Kerrigan não se contentou em ficar no laboratório quando via tantas pessoas, especialmente mulheres, sofrendo de lesões evitáveis ​​e artrite, então ela decidiu fazer um calçado melhor. Ao lançar sua empresa OESH, ela não só fez isso, mas também reinventou o processo de fabricação de calçados femininos, sem falar de sua própria carreira como médica e cientista.

O nome OESH, é a palavra SHOE virada de cabeça para baixo e do avesso. Um dos insights fundamentais que Kerrigan desenvolveu com suas equipes de pesquisa na Harvard Medical School e na University of Virginia é que, anteriormente, não entendíamos como correr e andar afetam o corpo.

Os tênis de corrida típicos são construídos com muito amortecimento e calcanhar elevado, porque se baseiam na suposição incorreta de que o impacto é maior no momento em que o pé atinge o solo.

Usando análise de movimento 3D e modelagem robótica 3D, Kerrigan determinou que as forças em nossas articulações são realmente maiores uma fração de segundo depois, quando o pé está totalmente plantado.

SAPATOS REGULARES

SAPATOS OESH

Além disso, os tênis tradicionais tornam essas forças piores, não melhores. O que é necessário é um novo tipo de sapato com uma sola perfeitamente plana feita por impressão 3D.

As impressoras 3D típicas usam filamento, resina ou pó como materiais de entrada, mas em alguns casos são usados ​​grânulos em vez de filamento. O filamento tem desvantagens, incluindo custo: ele é literalmente feito de filamentos.

Pellets plásticos (e geralmente um corante) são despejados em um funil, aquecidos e cuidadosamente extrudados para formar o filamento, que é enrolado num grande carretel. Esse processo cria o filamento, mas também adiciona custo. Normalmente, o custo por peso do filamento pode chegar a 10 vezes por causa dessa transformação.

Esse custo elevado é uma desvantagem para os fabricantes que utilizam impressoras 3D para muitas impressões e, portanto, usam muitos filamentos. A OESH desenvolveu suas próprias impressoras 3D de pellets para imprimir seus solados não só pelo menor custo, mas também pela maior velocidade de impressão.

Como outros médicos, Kerrigan sabia que colocar os pacientes em melhores condições poderia tratar diretamente suas doenças articulares. Mas enquanto outros médicos disseram “não há nada disponível” e deixaram por isso mesmo, ela se propôs a fazer acontecer.

Ela sabia que não poderia cumprir sua visão se permanecesse uma professora em tempo integral. “Não há lugar para um tecnólogo no ambiente acadêmico universitário típico”, diz ela, então ela desistiu de seu trabalho acadêmico para assumir os desafios de ser uma empreendedora.

“Abrir uma empresa é a coisa mais difícil que já fiz, com certeza”, diz ela, “mais difícil do que a faculdade de medicina, ou até mesmo residência.”

Repensando os materiais dos calçados e o processo de fabricação

A maioria dos tênis de corrida é feita na China em fábricas excelentes em moldagem por injeção tradicional. Mas Kerrigan precisava de um processo de fabricação diferente para acomodar os materiais especializados que ela queria usar. “Basicamente, tivemos que reinventar a forma como são feitos”, diz ela, “e foi necessário fazê-lo aqui”.

A sola dos sapatos OESH é feita de uma mistura de composto de fibra de carbono e outros materiais – uma formulação patenteada que Kerrigan vem refinando há muitos anos. As impressoras 3D existentes não conseguiam lidar com o material de maneira adequada, então Kerrigan e sua equipe projetaram impressoras 3D personalizadas para seus próprios fins.

Não é uma impressora de mesa típica funcionando com filamento”, diz ela, observando que suas impressoras lidam com praticamente todos os materiais usados ​​na moldagem por injeção. O design das impressoras também permitiu que ela mantivesse o processo de fabricação econômico em termos de escala, velocidade e uso eficiente de materiais.

A OESH fabrica sandálias e tênis, comprovando o conceito de que as solas podem ser impressas em 3D para personalização em massa.

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Renato Cunha
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