A Torre de Pisa em Florença é famosa mundialmente pelo fato de estar inclinada. É considerada um dos importantes símbolos da Itália, e ainda, um dos maiores pontos turísticos da Europa. Mas a cidade de Santos no litoral de São Paulo tem sua versões da Torre de Pisa, mais precisamente, vários prédios inclinados que se tornaram atração turística.

Os edifícios foram construídos entre os anos 50 e 60 passaram a afundar na orla de Santos a partir dos anos 1970. Um estudo, realizado pela prefeitura entre 2004 e 2012, apontou que, das 651 edificações localizadas na orla da praia santista, mais de 300 são tortas. Desses, 65 estão fora dos padrões, com uma inclinação a partir de 50 cm.

Esses prédios ficaram com suas estruturas comprometidas, por causa de fundações rasas. Elas foram fincadas a menos de dez metros, para sustentar os empreendimentos em um terreno instável, onde os fragmentos mais sólidos de rocha estão a mais de 50 metros de profundidade.

Resultado: com o passar do tempo, foram geradas inclinações de 50 cm a 1,80 m entre a base e o topo. Somente em 2004, com a participação do poder público, e com estudos técnicos de universidades como USP e Unisanta, pensou-se em soluções para os prédios, que continuaram habitados.

Os estudos levaram 8 anos, e em 2012 se deu um longo trabalho de recuperação que terminou em 2014. A solução para realinhar os edifícios foi usar macacos hidráulicos. No caso do conjunto Núncio Malzoni, por exemplo, cada prédio pesava em torno de 6.500 toneladas.

Foram necessários catorze equipamentos hidráulicos para levantar as estruturas. A cada dia, elas subiam cinco milímetros. Os vãos eram preenchidos com chapas de aço, que serviram de suporte quando se alcançava o prumo e os macacos eram retirados.

Em seguida, foram construídas estrutura de concreto que ligaram as vigas antigas às novas estacas, essas, apoiadas em uma camada de solo rochoso a 55 metros de profundidade. A recuperação de cada prédio teve o custo de R$ 1,5 milhão.

Antes de serem reaprumados, os edifícios se tornaram “atração turística” na orla de Santos. Alguns moradores pensaram em colocar à venda seus imóveis, mas eles chegaram a desvalorizar até 75%, o que inviabilizou a possibilidade de venda.

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Renato Cunha
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