Um projeto da plataforma de I&D da Universidade do Minho com o INOVA – Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores vai desenvolver fibra de caseína a partir de leite não alimentar produzido na região dos Açores em Portugal. O Milkfibre pretende impulsionar a utilização da fibra do leite nas indústrias têxtil, alimentar e na saúde, entre outras.

O projeto tem um financiamento de 300 mil euros por parte dos Açores 2020 e uma duração prevista de três anos. Durante este tempo, 10 investigadores vão dedicar-se aos estudos necessários ao desenvolvimento de fibra da caseína a partir do leite não alimentar produzido nas pastagens dos Açores, com o objetivo principal de utilização das fibras obtidas a partir dos desperdícios do leite em diversas aplicações, tais como têxtil, alimentar, saúde, entre outros, revela a Fibrenamics em comunicado.

O Milkfibre será desenvolvido pelo Núcleo de I&D constituído pelo consórcio do qual fazem parte a Fibrenamics Azores, por via da empresa CIMPA, promotora do projeto e detentora do conhecimento nos domínios do desenvolvimento de materiais fibrosos através de diversos processos tecnológicos, e o INOVA, parceiro do projeto.

De acordo com a informação veiculada pelo Fibrenamics, o projeto terá três fases. Numa primeira parte, será feita a separação da proteína caseína do leite, com a respetiva análise dos processos, metodologias, tecnologias e materiais associados. Na segunda fase do Mikfibre deverá ser possível produzir fibras a partir da proteína obtida, sendo essa produção estudada a nível macro e a nível nano.

Por último, será analisada a funcionalização das fibras obtidas, incluindo as nanofibras, para conferir propriedades adicionais, como por exemplo rugosidade topográfica, ação antibacteriana, entre outras, possibilitando assim o aumento do leque de possíveis aplicações dos materiais obtidos. O Milkfibre é o caminho para o desenvolvimento de ideias e projetos inovadores, que podem tirar partido dos recursos existentes na região dos Açores, a partir de resíduos do leite, potenciando-os e criando riqueza.

A fibra de leite foi inventada nos anos 30 em Itália por Antonio Ferratti com o objetivo de concorrer com a lã, com quem partilha diversas propriedades, incluindo o toque e o aspeto, bom isolamento térmico e resistência mecânica. São necessários cerca de 35 litros de leite desnatado para produzir um quilo de caseína. A fibra de leite é ainda considerada amiga do ambiente.

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Renato Cunha
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