Foi olhando para o que ela mesma gostava de consumir, calcinhas 100% feitas de algodão para evitar materiais sintéticos, que a ex-modelo Luiza Bartz decidiu empreender em um negócio sustentável. “Era muito difícil de encontra [as calcinhas], e pensei que poderia ser um espaço no mercado em que eu teria menos concorrência”, afirma. Ao pesquisar materiais, encontrou o algodão orgânico, que não utiliza agrotóxicos e pesticidas, e o escolheu como matéria-prima.

A paulistana então fundou a Tita Co., marca de roupas íntimas feitas com a fibra orgânica. Segundo Bartz, o impacto de seu negócio é muito positivo, se comparado a outras empresas de lingeries. “A plantação do algodão orgânico não usa nenhum tipo de química. Os agricultores também têm menos problemas de saúde já que eles não entram em contato com venenos”, diz a empreendedora de 36 anos. A empresa também não tinge as peças, evitando a poluição dos rios, e as embalagens são entregues para a eureciclo, iniciativa de compensação ambiental.

“A durabilidade é a mesma de qualquer outra peça de algodão. O fato de não ter produto químico não interfere”, afirma a empreendedora. Depois de usados, os itens da marca podem ser descartados em composteiras.

Trajetória

Após ter a ideia do negócio, a empreendedora enfrentou dificuldade por não ter experiência prévia no mercado de moda. Para reverter o problema, fez pós-graduação em negócios de moda e cursos de modelagem e costura. Foram dois anos para desenvolver o negócio e procurar fornecedores.

O algodão usado pela Tita Co. é da Natural Cotton Color, que tem fibra orgânica e tingimento natural. Ela conta que encontrou a empresa na internet. “A vida de modelo me ajudou a encontrar outros profissionais, como modelistas e costureiras. Nos trabalhos, eu sempre pedia indicações”, afirma. O site da marca foi lançado oficialmente em abril de 2017.

Para atrair mais clientes, a empreendedora entrou em contato com lojas de produtos sustentáveis, apresentando seu portfólio e pedindo que revendessem os itens. Foi assim que levou as peças a cidades como Porto Alegre, Curitiba e Brasília. Bartz também frequentava várias feiras de produtos orgânicos em São Paulo, para vender e conhecer mais sobre o setor.

“As feiras eram muito importantes para ter esse contato pessoal com os clientes, que podiam tocar no tecido e conhecer a pessoa por trás da marca. Isso criou uma relação muito interessante”, diz Bartz.

Com a pandemia, as vendas em feiras pararam, mas, em compensação, o e-commerce cresceu. Em quatro meses, a marca aumentou as vendas em 50%. Atualmente, a Tita Co. só vende pelo site e tem revenda em uma loja física em São Paulo. Atualmente, são 500 peças comercializadas por mês. As calcinhas saem por cerca de R$ 40, e os tops custam, no máximo, R$ 80. O próximo plano é expandir o mix de produtos, indo além da moda íntima, além de lançar uma linha plus-size.

Fonte: Pequenas Empresas Grande Negócios

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Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

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